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CATARINA PARAGUAÇU

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A índia Tupinambá nativa da Bahia, de nome Catarina Paraguaçu (embora, a certidão do batismo realizado em junho de 1528, em Saint-Malo, na França, consta que seu nome verdadeiro seria “Guaibimpará” e, não, “Paraguaçu”).

 

Catarina teria sido oferecida como esposa por seu pai, o cacique Taparica, ao náufrago português Diogo Álvares, o Caramuru, que gozava de grande proeminência entre os Tupinambás da Bahia.

 

Na historiografia brasileira, Catarina Paraguaçu e Diogo Caramuru formaram além da primeira família cristã, a primeira família brasileira documentada, a mais antiga raiz genealógica do país.

 

Considerada um dos maiores símbolos femininos da história do Brasil, por ter exercido um papel fundamental na integração das raças que formaram o povo brasileiro, Catarina é considerada a mãe biológica de grande parte da nação brasileira, o esteio e a origem da família no país.

A Igreja e Abadia de Nossa Senhora da Graça erguem-se no local da primitiva ermida no povoamento chamado Vila Velha (atualmente bairro da Graça)  mandada erigir pela devoção da índia Catarina Paraguaçu, mulher do português Diogo Álvares, o Caramuru, em 1535, no antigo povoamento denominado Vila Velha, hoje bairro da Graça, em Salvador da Bahia.

Catarina teria tido visões na qual a Virgem Maria pedia que fosse construída ali uma capela. Alegam alguns ser esta mais antiga igreja do Brasil. É conhecida também como Igreja e Mosteiro da Graça e foi doada por Catarina Paraguaçu aos monges da Ordem de São Bento e continua até os dias atuais sob a guarda dos monges beneditinos da Bahia. É o mais antigo santuário mariano do Brasil.

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CARAMURU

O PATRIARCA DA NAÇÃO BRASILEIRA

Diogo Álvares Correia, o Caramuru, nasceu em Viana do Castelo, norte de Portugal, por volta de 1490†. Segundo o escritor Jaboatão, Caramuru foi o povoador da Bahia.

Ele chegou à Bahia, por volta de 1509, em uma embarcação, provavelmente francesa, que naufragou provavelmente nos recifes do Rio Vermelho. Os tupinambás lhe deram a alcunha de Caramuru, em referência a um peixe comum no Recôncavo Baiano (conhecido atualmente como moreia).

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Caramuru era um nobre português, cavaleiro da Casa Real e casado com Paraguaçu, com certidão de batismo de 1528. Entre as belezas dessa história está que seus filhos casaram-se com outros nobres portugueses. Assim, boa parte dos nobres brasileiros eram descendentes dos tupinambás.

Caramuru e Paraguaçu tornaram-se, com o tempo, figuras mitológicas e surgiram versões poéticas sobre suas vidas, principalmente referente aos anos anteriores à criação da Capitania da Bahia, em 1534, quando os textos históricos são escassos.

Caramuru teve papel fundamental na colonização da Bahia. Foi referido como o povoador da Bahia, por Jaboatão e em uma antiga lápide na Igreja da Vitória.

Veja também a carta de Dom João III, a ele enviada através de Gramatão Telles, solicitando ajuda para a fundação de Salvador e o estabelecimento do governo geral. Caramuru deu todo apoio a Thomé de Sousa.

A melhor versão sobre as origens de Caramuru, com melhor coerência histórica, é dada por Jaboatão, em seu Novo Orbe Seráfico Brasilico (1761), que transcreve o texto de um manuscrito, existente em sua época, no Convento de São Francisco, em Salvador. Jaboatão acreditava que esse manuscrito foi possivelmente redigido por algum contemporâneo de Caramuru, escrito algum tempo após sua morte.

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Certidão de batismo de

Catharina Paraguaçu

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Parte do Manuscrito - Jaboatão

(grafia atualizada)

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Carta de Dom João III a Caramuru, levada por Gramatão Telles

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Cartão de 492 anos de Batismo de Catarina Paraguaçu

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Telas e imagens de

Catarina Paraguaçu e Caramuru

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Na continuação da transcrição do manuscrito, Caramuru lutou junto com os índios, abatendo os inimigos com seu arcabuz e ganhando alta reputação. Com o tempo tornou-se o líder dos índios locais.

Diogo Álvares teria sido chamado de Caramuru-Guaçu. Para Jaboatão, esse nome, com significado de moreia grande, teria sido dado por Paraguaçu, que referindo-se a Diogo Álvares, pediu ao pai que não o matasse. Há dúvidas, entretanto, se Paraguaçu estava mesmo no local. Ela seria muito jovem, talvez um bebê. As evidências indicam que Caramuru teve outras mulheres tupinambás antes dela.

É provável que os tupinambás já conhecessem armas de fogo. Em 1501, Gonçalo Coelho negociou com eles a instalação do padrão português, no local do atual Farol da Barra, durante a primeira expedição exploradora. Retornou em 1503 e outras expedições seguiram-se a essas.

Em 1502, Portugal decidiu arrendar a Terra de Santa Cruz para a exploração de pau-brasil e outros recursos. O primeiro contrato foi assinado em 1503 pelo mercador Fernão de Loronha, que também tinha a missão de estabelecer feitorias na América Lusitana.

A partir de 1504, os franceses também se interessaram pelo pau-brasil da Terra de Santa Cruz e passaram a explorar o litoral brasileiro. A França tinha um tratado de aliança e comércio com Portugal, assinado em 1485, mas é possível que os franceses agissem como piratas em terras brasileiras.

 

Foi nesse contexto, que navegadores, que passavam pela Baía de Todos os Santos, relatavam a presença de um prestativo português, que os índios chamavam de Caramuru. Diogo Álvares aprendeu línguas e costumes dos nativos e teve várias mulheres. Entregava pau-brasil a mercadores franceses e ajudava a reabastecer as embarcações. Com o tempo, passou a dominar o comércio na Baía.

Caramuru seguiu para a França, em 1527, com Catarina Paraguaçu, filha de um chefe tupinambá. Viajaram na mesma embarcação do navegador bretão Jacques Cartier, amigo de Caramuru. Paraguaçu foi batizada, em 30 de julho de 1528, na antiga Catedral de Saint-Malo, com o nome de Katherine du Brézil e casou-se com Caramuru. Seu registro de batismo é o primeiro documento conhecido de um brasileiro. O casal ficou na França por cerca de três anos.

Caramuru retornou à Bahia e prosperou. Tinha o respeito dos índios, de nobres e de reis europeus. Por volta de 1536, construiu a Capela da Graça, a pedido de Paraguaçu.

Em março de 1531, a expedição de Martim Afonso de Sousa aportou na Baía de Todos os Santos e foram recebidos por Caramuru. Martim Afonso de Sousa retornou em 1534, à caminho da Índia, visitou seu amigo Caramuru e participou do casamento de suas filhas na Igreja da Vitória, a primeira igreja de Salvador.

Em 1536, chegou o donatário da Capitania da Bahia, Pereira Coutinho, que doou uma sesmaria a Caramuru, a qual incluía os atuais bairros da Graça, Chame-Chame e parte da Barra. Em 1540, construiu sua casa forte, perto da Capela da Graça, onde morava com sua família.

No século 16, existia escassez de mulheres brancas no Brasil e os homens que aqui se aventuravam uniam-se frequentemente com as índias. Assim surgiu a aristocracia brasileira, com forte ascendência indígena.

Diogo Dias, neto de Caramuru e Paraguaçu, casou-se com a filha de Garcia d'Ávila, senhor da Casa da Torre (que deu o nome à Praia do Forte). Seus nobres descendentes viveram nessa castelo até o século 19 e foram protagonistas em muito da História do Brasil.

Diogo Álvares Correia faleceu na Bahia, em 05 de outubro de 1557, e sepultado no Mosteiro de Jesus, atual Catedral Basílica. Esses dados foram encontrados por Jaboatão, em um caderno de óbitos da antiga Sé da Bahia, com o seguinte texto (grafia da época):

Aos sinquo dias do mes de Outubro de 1557 falleceo Diogo Alvares Correia, caramurú, da Povoaçaõ do Pereira; foi enterrado no Mosteiro de Jesus. Ficára por seo testamenteiro Joaõ de Figueiredo seo genro; o cura Joaõ Lourenço, a folhas 70.

 

Caramuru doou aos jesuítas, em testamento, parte de sua fortuna. Deixou grande prole e tornou-se uma lenda. Catarina Paraguaçu faleceu em 1586 e sua Igreja foi doada aos beneditinos.

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